DÚVIDA – DOUBT
Olá leitores. Volto hoje ao blog depois de quase 2 anos parado.
Resolvi escrever sobre dúvida. Nos tempos atuais com esta pandemia, a dúvida
tem dominado a mente de grande parte da população mundial. Nunca em nossos mais
profundos pensamentos acreditamos que o que está de fato acontecendo seria uma
realidade. O que incomoda, além do número de mortes e dos efeitos diretos e
indiretos em nossas dias é o seguinte: o que será das nossas vidas no futuro
que esta porvir? Esta questão deixa muitos de cabelos em pé, já que não há uma
resposta segura e confiável para essa dúvida. A dúvida é um sentimento de
alerta. Sabemos obviamente que algo acontecerá no futuro mas nem sempre , ou
quase nunca temos condições de assegurar que x ou y aconteça. Acabamos sempre
por voltar na variável tempo. O tempo gera a dúvida. Ele avança sem parar
queiramos ou não. E esse avanço sem sentido e sem uma direção gera a dúvida.
Mas por que raios nós temos que sentir dúvida? Qual a função biológica de não
saber o porvir? A dúvida assim como o medo acende uma luz amarela no nosso
caminho de vida. Existe uma função protetora por trás desse sentimento. Se
ficamos em dúvida procuramos sana-la de alguma forma, seja adquirindo uma nova
habilidade, ou consultando alguém com mais experiência. No final sabemos que a
dúvida é um desconforto com função protetora. Contextualizando com a nossa
pandemia atual podemos dizer que existe uma dúvida coletiva por todos os lados.
Pessoas preocupadas com o que será da sua saúde, do seu emprego, da sua vida.
Sinceramente, nem eu nem ninguém podemos responder essa pergunta. O fato da
imprevisibilidade da natureza dessa existência nos assegura apenas uma coisa:
um dia vamos morrer. Todo o restante é imprevisível em diferentes ordens de
magnitude. Portanto, se a única certeza é a morte – e nisso não há dúvida
nenhuma – precisamos ocupar a nossa vida com o que existe de melhor para
podermos perseguir nossas missões existenciais. Certamente que estas são
individuais e únicas para cada ser humano, o que aumenta a dúvida com relação ao
nosso futuro. Um conceito muito debatido entre autores espiritualistas e mesmo
neurocientistas é o fato de tentarmos manter nosso pensamento no agora.
Enquanto eu escrevo esse texto estou 100% focado no desenrolar das palavras o
que de alguma forma “espanta” a dúvida, já que o momento presente se torna tudo
o que há. Portanto a ociosidade aumenta a dúvida e o desconforto enquanto que
atividade ou até mesmo a meditação fazem que a dúvida seja anulada na sua
intensidade. Impossível no entanto viver sem ter nenhuma dúvida. Como já dito,
o controle sobre nosso destino é parcial e num piscar de olhos tudo pode mudar.
Procuro enxergar a mudança como forma de evolução. Mudando você é obrigado a
confrontar seus valores atuais e se assim desejar e tiver força de vontade,
mudar aqueles que pareçam nocivos ou inúteis. Muitas das vezes a duvida se
torna o combustível de mudanças pelo fato de ativar esses pensamentos a nosso
respeito antes de que algum evento aconteça, adiantando o progresso em meio a
situação. Na verdade a dúvida funciona como modulador de nosso atos, já que
procura trabalhar diversos cenários possíveis e desta forma permite a tomada de
ação, mesmo sem a certeza absoluta mas pelo menos com um guia parcial e
possível. No quis diz respeito ao comportamento humano, a dúvida sempre vai
existir. Precisamos nos fazer valer do bom censo e talvez da fé e da
espiritualidade. Muitas das coisas que nos ocorre não fazem sentido ou não são
esperadas. Muito dessa imponderabilidade pode ter origem em uma força divina, além
daquilo que podemos compreender. A sincronicidade de alguns eventos em nossa
vida parece ser uma das boas formas que a natureza faz para nos avisar.
Certamente, há uma lei por trás de tudo, e essa lei é o que as religiões tentam
codificar e para que possamos nos guiar. A verdade no fim é uma só: sempre
teremos que conviver com a dúvida, em todos os dias e em todas as situações.
Não existe caminho pela vida sem enfrentarmos a dúvida de frente. Não podemos
deixar que ela nos paralise, mas temos que ter ciência da nossa falta de
controle sobre a maior parte de nossa vida. Se há uma lei que governa o planeta
que seja justa e perfeita, temos que crer que não saber tudo o que virá na
nossa vida tem um motivo plausível e justo de ser. Temos que nos manter sempre
serenos para aceitarmos as consequências que a dúvida nos traz, e com isso
passarmos por essa jornada chamada vida da forma que melhor nos apresentar. Boa
reflexão a todos e confiemos que a pandemia se resolverá da melhor forma
possível e no tempo devido.