quinta-feira, 11 de junho de 2020

DÚVIDA – DOUBT


Olá leitores. Volto hoje ao blog depois de quase 2 anos parado. Resolvi escrever sobre dúvida. Nos tempos atuais com esta pandemia, a dúvida tem dominado a mente de grande parte da população mundial. Nunca em nossos mais profundos pensamentos acreditamos que o que está de fato acontecendo seria uma realidade. O que incomoda, além do número de mortes e dos efeitos diretos e indiretos em nossas dias é o seguinte: o que será das nossas vidas no futuro que esta porvir? Esta questão deixa muitos de cabelos em pé, já que não há uma resposta segura e confiável para essa dúvida. A dúvida é um sentimento de alerta. Sabemos obviamente que algo acontecerá no futuro mas nem sempre , ou quase nunca temos condições de assegurar que x ou y aconteça. Acabamos sempre por voltar na variável tempo. O tempo gera a dúvida. Ele avança sem parar queiramos ou não. E esse avanço sem sentido e sem uma direção gera a dúvida. Mas por que raios nós temos que sentir dúvida? Qual a função biológica de não saber o porvir? A dúvida assim como o medo acende uma luz amarela no nosso caminho de vida. Existe uma função protetora por trás desse sentimento. Se ficamos em dúvida procuramos sana-la de alguma forma, seja adquirindo uma nova habilidade, ou consultando alguém com mais experiência. No final sabemos que a dúvida é um desconforto com função protetora. Contextualizando com a nossa pandemia atual podemos dizer que existe uma dúvida coletiva por todos os lados. Pessoas preocupadas com o que será da sua saúde, do seu emprego, da sua vida. Sinceramente, nem eu nem ninguém podemos responder essa pergunta. O fato da imprevisibilidade da natureza dessa existência nos assegura apenas uma coisa: um dia vamos morrer. Todo o restante é imprevisível em diferentes ordens de magnitude. Portanto, se a única certeza é a morte – e nisso não há dúvida nenhuma – precisamos ocupar a nossa vida com o que existe de melhor para podermos perseguir nossas missões existenciais. Certamente que estas são individuais e únicas para cada ser humano, o que aumenta a dúvida com relação ao nosso futuro. Um conceito muito debatido entre autores espiritualistas e mesmo neurocientistas é o fato de tentarmos manter nosso pensamento no agora. Enquanto eu escrevo esse texto estou 100% focado no desenrolar das palavras o que de alguma forma “espanta” a dúvida, já que o momento presente se torna tudo o que há. Portanto a ociosidade aumenta a dúvida e o desconforto enquanto que atividade ou até mesmo a meditação fazem que a dúvida seja anulada na sua intensidade. Impossível no entanto viver sem ter nenhuma dúvida. Como já dito, o controle sobre nosso destino é parcial e num piscar de olhos tudo pode mudar. Procuro enxergar a mudança como forma de evolução. Mudando você é obrigado a confrontar seus valores atuais e se assim desejar e tiver força de vontade, mudar aqueles que pareçam nocivos ou inúteis. Muitas das vezes a duvida se torna o combustível de mudanças pelo fato de ativar esses pensamentos a nosso respeito antes de que algum evento aconteça, adiantando o progresso em meio a situação. Na verdade a dúvida funciona como modulador de nosso atos, já que procura trabalhar diversos cenários possíveis e desta forma permite a tomada de ação, mesmo sem a certeza absoluta mas pelo menos com um guia parcial e possível. No quis diz respeito ao comportamento humano, a dúvida sempre vai existir. Precisamos nos fazer valer do bom censo e talvez da fé e da espiritualidade. Muitas das coisas que nos ocorre não fazem sentido ou não são esperadas. Muito dessa imponderabilidade pode ter origem em uma força divina, além daquilo que podemos compreender. A sincronicidade de alguns eventos em nossa vida parece ser uma das boas formas que a natureza faz para nos avisar. Certamente, há uma lei por trás de tudo, e essa lei é o que as religiões tentam codificar e para que possamos nos guiar. A verdade no fim é uma só: sempre teremos que conviver com a dúvida, em todos os dias e em todas as situações. Não existe caminho pela vida sem enfrentarmos a dúvida de frente. Não podemos deixar que ela nos paralise, mas temos que ter ciência da nossa falta de controle sobre a maior parte de nossa vida. Se há uma lei que governa o planeta que seja justa e perfeita, temos que crer que não saber tudo o que virá na nossa vida tem um motivo plausível e justo de ser. Temos que nos manter sempre serenos para aceitarmos as consequências que a dúvida nos traz, e com isso passarmos por essa jornada chamada vida da forma que melhor nos apresentar. Boa reflexão a todos e confiemos que a pandemia se resolverá da melhor forma possível e no tempo devido.